Introdução
Esse
artigo tem como objetivo tratar das observações da historiografia com relação
aos têxteis e à Família. Destaca-se, nesse tema, as conexões com algumas regiões
como São Paulo Colonial, bem como as produções algodoeiras no interior da
América Portuguesa, durante os séculos XVI ao XVIII.
Para
o avançar do tema, dividiu-se o textos em três momentos. No primeiro, destaca-se
as concepções de família e a sua relação com os têxteis e a vida material, como
Alcântara Machado e Gilberto Freyre. A historiografia da segunda metade do
século XX, faz parte do balanço. Por fim, são abordados os trabalhos atuais e
as possibilidades de pesquisas e análises.
Além
disso, é preciso notar que para analisar o passado colonial da região de
São Paulo, é importante ressaltar a historiografia sobre o tema, enfocando
quando necessário as observações dos autores sobre o tema dos têxteis, destacando
as relações entre Família e Vida Doméstica. Parte-se, portanto, da perspectiva
de Alcântara Machado até as abordagens historiográficas do início do século
XXI, passando assim pelas visões de Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Junior
e Fernando Antonio Novais e José Jobson de Andrade Arruda nas esferas da vida
econômica.
No âmbito da História da Família, destacando-se os trabalhos de Gilberto
Freyre e as leituras do patriarcalismo de Eni de Mesquita Samara, bem como os
vários trabalhos sobre vida doméstica, ciclos de vida e famílias escravas e trabalho
livre e cativo. Enfim, salienta-se ainda as conexões entre as temáticas da
Família, com a Vida Doméstica e os Têxteis.
Assim,
deve-se levar em conta as distintas famílias, relacionando à economia
algodoeira, bem como as suas relações com o universo da produção, circulação e
consumo das indumentárias. Nesse sentido, a idéia central do artigo é
relacionar as transformações da Família em relação ao universo Têxtil,
retomando a historiografia sobre o Brasil Colonial e até mesmo trabalhos mais
sobre o período moderno.
1. Historiografia e a formação da Família
(1929-1970)
Em 1929, Alcântara Machado (1875-941) publicava Vida e Morte do Bandeirante, obra em que analisava testamentos e
inventários pós-mortem seiscentistas.
Descrevendo o cotidiano e a vida material da população bandeirante, o autor
inaugura uma linha de pesquisa importante sobre as transformações econômicas e
sociais de São Paulo Colonial. Nesse sentido, procura abordar as mudanças por
meio da leitura documental, conectando as mais variadas esferas da existência como
família, escravidão indígena, mobiliário, o consumo das mulheres, dos homens e
até mesmo da moda no sertão. Assim, o escritor escrevia uma história paulista,
valorizando os hábitos dos antigos habitantes da região e traçando um primeiro
perfil desses moradores.[1]
Na introdução à obra de Machado, Sergio Milliet notava que o historiador
analisava em primeira instância, os “traços materiais da cultura paulista.
Descrição deles e observações acercas das mudanças verificadas tanto valor como
no emprego de instrumentos e objetos de uso comum”.[2]
Além disso, as fortunas eram dadas por intermédio dos artefatos materiais, os
quais são compreendidos como uma “anomalia de custar uma saia do reino de
Londres 5$000 réis, importância pela qual são também tombadas das casas de
Grácia Rodriques, mulher de Pero Leme”. Desse modo, o valor excedente da vida
material têxtil era freqüente na vila. Segundo Milliet, “As cortinas de
Baltazar da Silveira valem metade do preço do palacete de fazenda, e o vestido
de veludo de Isabel Ribeiro custa, em 1660, o dobro do seu sítio com todas
benfeitorias”.[3]
Assim, a “organização patriarcal da
família” estava na origem social dos moradores de Piratininga, segundo a
leitura de Milliet da obra de Alcântara Machado. Na vida doméstica e familiar,
as mulheres tinham uma importância fundamental na vila, pois ficavam em “número
excessivo”, devido à saída dos homens ao sertão.[4]
Desse modo, a vida sertaneja em Piratininga era marcada pelo consumo
indumentário rústico, marcado pelos traços da natureza do espaço e das duras
condições de existência. Mas com importações de vários tecidos e modos de
vestir do Velho Mundo, como “pano da Inglaterra”.[5]
Enfim, Milliet também valoriza a moderna escrita de Machado, com a
linguagem sem arcaísmos e “pedantismo sintático”. Nesse sentido, Vida e morte do bandeirante tornava-se,
em seu tempo um marco na produção historiográfica. Todavia, os historiadores
posteriores continuaram a utilizá-la, sendo uma das obras mais importantes para
a compreensão e do debate sobre a família, vida material (modos de morar, viver
e vestir), destacando-se, assim, o comércio do algodão e a origem da cultura
material paulista.
Debatendo com Olivera Viana,
Alcantara Machado expõe as difíceis condições de existência dos bandeirantes
paulistas que viviam na pobreza, distantes do centro Metropolitano. Com uma
abordagem descritiva dessas fontes, compõe um quadro do cotidiano dos
bandeirantes, homens valentes que saiam ao sertão. A interiorização e o
isolamento fariam da população da vila de São Paulo, uma sociedade pobre, com
baixos níveis de riqueza. Todavia, a falta de fortuna era relativizada com a
presença de alguns artefatos materiais de relativo luxo do mobiliário, o qual
tornava-se mais promissor a medida que se aproximava da mineração.[6]
Em um contexto de
transformações lentas na vida material, as mulheres bandeirantes paulistas eram proprietárias de poucos e escassos
bens e escravos. Dedicavam-se aos afazeres domésticos e às roças, cuidando dos
próprios filhos e da prole ilegítima dos esposos. “Aproveitemos, porém,
a ausência do chefe de família, partido para o sertão ao serviço de Sua
Majestade, no descimento do gentio ou no descobrimento de metais e pedras
preciosas; e, como a mulher e os filhos estão longe também, no sítio da roça,
penetremos, abafando os passos, num desses casarões sorumbáticos da vila
adormecida”, dizia o autor ao referir-se às famílias da “aristocracia da
colônia”. [7]
Para Alcântara Machado, a
família representava a “unidade social da sociedade paulista”, pois ela significava
a solidificação dos indivíduos no espaço inóspito do planalto. Ademais, a
“congregação familiar” tinha um caráter homogêneo e pacificador. “Organização
defensiva, o agrupamento parental exige um chefe que a conduza e governe à
feição romana, militarmente. Daí, a autoridade incontestável do pai de família
sobre a mulher, a prole, os escravos e também os agregados ou familiares,
proprietários livres, que acolhem ao calor da sua fortuna e à sombra do seu
prestígio e que lembram a clientela do patriciado”.[8]
Em relação às mulheres das
famílias “aristocráticas”, o autor ainda afirmou que elas não praticavam
leituras, viviam na reclusa, pois somente "na igreja que a mulher tem
ocasião de fazer-se e de mostrar-se bela". [9] O espaço feminino era reservado ao lar e
à Igreja. Na clausura, ficavam rodeadas de índias, sendo essas últimas
representadas como amantes dos esposos e mães dos bastardos mamelucos. Essas
cunhãs eram responsáveis por amassar “o barro, misturado-lhe um pouco de cinza;
elas que executavam os vasos de serventia doméstica, os camocins funerários, as
iguaças imensas de cauim; elas que ornavam, com ingenuidade e graça, de linhas
policrônicas ou esguias espirais de argila". Tais artesanatos caseiros
indígenas eram comercializados entre a “arraia miúda” paulista.[10]
Na
obra machadiana, as vestimentas dos paulistas foram divididas conforme os gêneros,
mas não se distinguiam conforme as diversas segmentações sociais existentes na
São Paulo Colonial. O vestuário masculino era constituído por parcas roupas
brancas de algodão grosseiro como as camisas e as ceroulas. Já o tecido de
linho era ainda mais raro. Na maioria das vezes, as meias utilizadas pelos
homens eram de fio de algodão da terra. Conforme aumentava o patrimônio dos
estamentos dominantes e se desenvolvia o comércio, apareciam as meias de seda
da Inglaterra e depois da Itália. Como adereço, usavam os mantéus – espécie de
golas – de algodão, que foram sendo substituídos pelos cabeções de linho.
Alguns dos senhores paulistas também levavam consigo armas de punho de prata,
adagas e chapéus de feltro de algodão. Ademais, os sapatos eram de couro de
porco e veado. Não obstante, a roupeta, o ferragoulo e o calção eram as
vestimentas masculinas mais utilizadas no cotidiano da São Paulo Seiscentista.
Para
as descidas ao sertão, os bandeirantes deveriam estar bem equipados, com armas
de fogo, pólvora e com “a armadura que o ambiente reclama, encontraram-na
os paulistas. São as armas de algodão colchoadas. É o gibão de armas de algodão
de vestir, adaptação da velha jaqueta medieval às condições do meio americano.
É o escupil usado pelos espanhóis nas guerras contra o gentio do México, do
Peru e do Chile. É uma carapaça de couro cru, recheio de algodão, forro de
baeta . Tanto basta para proteger o corpo, à maneira das costas de malha,
contra a penetração das setas inimigas”.[11]
Na vila, fazia-se importante o
indivíduo que usasse vestimentas coloridas e extravagantes nos dias de festa e
de missa, em que os homens se diferenciavam vestindo roupas de seda importada.
A transformação da “moda” masculina ocorreu na vila após a década de 1650,
quando era “o tempo de casacas de duquesa com gueta de seda, dos casacões de
baeta verde, dos coletes, das cuecas. Os coletes são às vezes de chamalote;
outras vezes de couro, com mangas de tafetá. Há quem prefira trazer por baixo
da casaca uma véstia abotoada com botões de prata”.[12]
Diferentemente, as roupas
femininas, das “senhoras de qualidade”, não sofreram grandes mudanças em
relação ao feitio no decorrer dos seiscentos.[13]
Conforme Machado, as vestimentas das mulheres da “aristocracia” paulista “compreende vasquinha, saia de roda
exuberante, franzida na cintura; e, ajustado ao busto, o corpinho; e, por cima
deste, o gibão, ou jibão; e sobre o jubão ou saio, casacão rabilongo de mangas
perdidas, com abertura ao nível dos cotovelos, dando passagem e liberdade aos
braços; e, cobrir tudo isso, como se tudo isso não bastasse, o manto. Com muito
menos se supõem vestidas as damas da atualidade. E têm razão. Entre outros
motivos, porque, parecendo obedecer à intimação das modas peregrinas, se
inspiram de fato no figurino guaianás das filhas de Caiubi e Tibiriçá”[14]
Apesar de não haver variação
dos feitios dos vestidos, os tecidos sofriam transformações marcantes. As
senhoras Catarina de Siqueira, Maria Bicudo, Catarina de Góes e Izabel Ribeiro
eram proprietárias dos vestidos mais caros de Piratininga, tendo a última o
“cetro da elegância”, com o vestido de veludo com um manto de seda avaliado em
quarenta mil réis.[15]
Ainda no vestuário feminino, o autor separa a qualidade dos sapatos, entre
aqueles de casa e o outro para a saída à Igreja. Dentre os acessórios das
senhoras, destacava-se a cinta vermelha, os chapéus, as redes e toucas de
prender os cabelos que variavam das mais simples feitas de algodão até as mais
complexas de seda com alfinetes de prata.
No final do Seiscentos, com o
enriquecimento da vila e a descoberta das minas, o luxo espalhava-se entre
todos os estamentos. Em um decreto de 1696, as escravas eram proibidas de
utilizar as vestimentas luxuosas adornadas com ouro e prata. Sendo assim, as
vestes de luxo ficavam confinadas ao domínio das senhoras.
Faziam parte do espólio das
“senhoras elegantes” as jóias as quais denotavam a sua condição social elevada.
Brincos, gargantilhas de ouro e prata, pingentes, crucifixos, anéis, raras
pulseiras e inúmeros rosários. Como exemplo, o autor apresentou as gargantilhas
de d. Ana de Proença, mulher de Pedro Dias, que possuía duas de ouro esmaltado
de verde, branco e azul, com vinte pedras verdes menores e outra maior. Para essas mulheres eram reservados os
rosários com cruzes de ouro ou de prata.[16]
Distantes da cultura erudita,
sendo apenas letrada Madalena Hosquor e Leonor de Siqueira, a maioria das
senhoras paulistas sabiam coser, bordar e realizar as tarefas domésticas. No
entanto, possuíam um espaço de atuação e poder em meio às negociações com as
autoridades jurídicas, como no caso de Inez Monteiro.[17] Essa senhora fora a principal
protetora do filho Alberto Pires, que havia assassinado a esposa d. Leonor de
Camargo Cabral.[18]
Enfim, as famílias dos senhores paulistas
consumiam uma rica e variada indumentária, desde produtos luxosos, exportados
através da economia mercantil externa, até a produção caseira dos artefatos de
algodão como os gibões, armaduras sertanistas para a expansão colonizadora.
Desse modo, o trabalho de
Alcantara Machado inaugura a preocupação historiográfica com o cotidiano, vida
material e família na região Meridional do Brasil. Contudo, outra obra que é importante destacar sobre a Família nos primeiros
tempos coloniais é a obra de Luiz Aguiar da Costa Pinto, Lutas de Famílias no Brasil, publicada pela primeira vez em 1943,
na Revista do Arquivo Municipal de São Paulo e revisto e reeditado pela segunda
vez três anos depois. Nesse trabalho destacam-se as questões relativas aos
conflitos familiares, bem como às idéias do caráter público e privado na
história do Brasil como um todo. No entanto, o autor concentra-se nas disputas
armadas entre duas linhagens familiares, os Pires e os Camargos. Assim, essas
lutas de famílias alteraram as condições econômicas e sociais dos moradores da
vila de São Paulo Colonial, modificando também as condições materiais da vida
cotidiana, como a economia indumentária e os modos de vestir.[19]
Ainda é necessário salientar Casa
Grande & Senzala de Gilberto Freyre, publicado pela primeira vez em
1933. Nessa obra, o autor caracterizava a Família patriarcal e o escravismo
brasileiro, destacando a vida cotidiana dos grandes da sociedade colonial. Sob
a perspectiva das camadas senhoriais, Freire descreve as condições da vida
colonial sob o poder do patriarcalismo da Civilização Açucareira, aonde o
consumo indumentário era marcado pelas vestes orientais ostensivas nos dias de
festas e pelas roupas simples e rústicas, mesmos dos senhores e das senhoras de
engenhos no cotidiano.[20]
Freyre trata a família como eixo temático e interpretativo para
compreender a realidade colonial e construir um sistema, no qual o chefe
familiar liderava as relações de poder econômico e político. Ou seja, era no
entorno do senhor de engenho e da sua família que se constituía o núcleo
fundador colonial. Dessa forma, a Família passava a ser a instituição mais
importante da História Colonial Brasileira.
Sob a perspectiva do patriarcalismo, foram desenvolvidos os temas da
lavoura canavieira, da escravidão, das relações de solidariedade, dos núcleos
populacionais e administrativos, das tensões sociais, do cotidiano, como os
modos de vestir. Assim, todo o contexto
social, político e econômico deveriam girar ao redor do governo familiar,
senhorial e patriarcal.
Também refletindo sobre a formação histórica do Brasil, Caio Prado Junior
em 1942, caracterizava o sentido da colonização, destacando os aspectos da
produção monocultora e das relações com o mercado externo na economia colonial.
Desse modo, a produção algodoeira, principalmente na região do Grão-Maranhão
Pará, bem como em certos espaços como no sertão da Bahia e Minas Gerais, era
destacada como exportadora. Assim, como a indústria açucareira e o cultivo do
tabaco, esse produto também enriquecia a Metrópole. No entanto, Caio Prado
destaca a relevância das atividades caseiras dos tecidos de algodão, que foram
impedidos de se desenvolver devido às regras do domínio metropolitano.[21]
A produção caseira de indumentárias e o cotidiano marcado pela vida
sertaneja foram destacados por Sérgio Buarque de Holanda, em Caminhos e Fronteiras, em 1956.
Aprofundado a temática da vida material dos sertanejos e a presença do
conhecimento indígena sobre as matas e os caminhos da América portuguesa, o
autor compreende, de maneira inaugural, a expansão das fronteiras coloniais nos
primeiros séculos da Colonização.
Dessa maneira, a historiografia marca a distinção do trabalho de Holanda
no que se refere às condições provisórias do cotidiano colonial. A modernidade
de São Paulo, estava presente desde os tempos coloniais. Assim, conforme
Fernando Novais, na apresentação da obra, “É gratificante ver Sérgio Buarque de
Holanda praticando um estudo de civilização material em estilo braudeliano
avant la létre”[22]
Todavia, é necessário destacar o capítulo o Fio e a trama, no qual o
autor preocupa-se com as atividades das senhoras e cunhas tecedeiras no
cotidiano doméstico da vida colonial, nas zonas de fronteira, aonde existiam constantes
movimentos populacionais.[23]
Assim, as conexões entre a vida doméstica e material, o cotidiano das
populações européias e adventícias, estabelecidas na obra de Alcântara Machado,
ganham uma nova dinâmica na perspectiva de Sérgio Buarque de Holanda, pois esse
estabelece a movimentação e a fluidez das zonas de fronteiras coloniais. Além
disso, as características da vida social em família são retomadas também de uma
forma mais elástica, havendo assim maiores espaços para a atuação feminina na
vida material.
2. Multiplicidades familiares: a recepção
de Gilberto Freyre (1970-2000)
A historiografia tratou na década de 1970, a respeito das mudanças da
vida material e do cotidiano. Nesse momento, com o florescimento dos trabalhos
historiográficos sobre Família, Philipe Arrié, defendia a idéia de que o modo
de vestir das crianças e dos jovens, na população em geral, não se diferenciava
dos adultos durante o Antigo Regime. Todavia, os trajes infantis das camadas
dominantes eram distintos. Como exemplo disso, o autor destaca que os meninos
não diferenciavam-se das meninas, tendo que usarem os vestidos curtos com
rendas e babados.[24]
Também marcante para o período denominado moderno, é a obra de Fernand Braudel, As estruturas do
cotidiano, primeiro volume de Civilização
material, economia e capitalismo, publicado em 1973. Nesse trabalho, o
autor trata das transformações cotidianas dos modos de morar, alimentar e
vestir. Dessa maneira, a vida do dia-a-dia era marcada por maneiras de consumo
ainda presentes em uma população do Antigo Regime. Ademais, é interessante
destacar ainda que Braudel faz uso do trabalho de Gilberto Freyre, Casa Grande & Senzala quando analisa
o cotidiano das famílias patriarcais na América portuguesa. Nota-se, portanto,
a influência das idéias do patriarcalismo na historiografia internacional.[25]
No Brasil, a família patriarcal atinge um estatuto significativo nas
estruturas sociais e econômicas para a historiografia do século XX. Contudo, na
linha de pesquisa da História da Família, vários outros estudos passaram a
tratar dessa temática a partir da década de 1970, com a renovação
historiográfica a partir dos programas e cursos de pós-graduação. Todavia,
esses trabalhos aprofundam os problemas relacionados à organização familiar,
parentesco, poder patriarcal, compadrio, clientelismo, ciclos de vida bem como
domicílio, trabalho familiar e a produção caseira.
Ainda no início dessa década, os estudos de Família do Grupo de
Cambridge, liderados por Peter Laslett, realizaram vários trabalhos sobre o
tema, analisando os Censos Populacionais e reconstituindo as estruturas
familiares e demográficos. Mas o autor também contextualiza a Família e a
organização dos domicílios no contexto econômico. Segundo o mesmo, na cidade de
Coventy, Inglaterra, havia uma grande manufatura de lã nos anos de 1520, sendo
dois terços dos grupos domésticos chefiados por “jornaleiros, lavradores e
viúvas pobres”, chamados de “aut-servants”, sendo que essas viúvas trabalhavam
geralmente como portadoras de serviço e artesãs. Desse modo, a chefia de
domicílio de viúvas pobres era comum por toda a Inglaterra do século XVII.[26]
O historiador também apresentou dados importantes sobre a economia
doméstica inglesa e o universo do trabalho. Em 1563, surgia o Estatuto dos
Artífices Ingleses, o qual regulamentava a mão-de-obra assalariada em formação.
Segundo Laslett, “Na Inglaterra
pré-industrial, o aparecimento de uma unidade de trabalho em domicílios de
assalariados e especialmente de operários pode derivar de atividades múltiplas,
descoordenadas e esporádicas como jardinagem, tecelagem , tricotagem,
empalhação, manufaturas de vassouras e uma série de enorme outros artesanatos
feitos em casas e que mostram as contribuições feitas para a renda familiar,
por mulheres, crianças ocasionalmente, por parentes e por vezes pelos membros
idosos da família. Uma função muito importante dessa renda era a de manter a
sobrevivência do domicílio, quando seu chefe assalariado estivesse
desempregado. Mas devemos ter cautela e supor que o trabalho feito para esse
fundo de reserva tornava o domicílio um grupo de trabalho organizado, no
sentido que descrevemos”. [27]
Nessa perspectiva, estudando os agregados e a importância da mão-de-obra
livre nas famílias de Itu Colonial, Eni de Mesquita Samara, em Os agregados em Itu, mestrado publicado
pela primeira vez em 1977, analisando as listas nominativas para fins do
período colonial, encontra uma série de atividades e ofícios de mulheres e
homens agregados, como sapateiros, alfaiates, costureiras. As indumentárias dos
povoadores de Itu também eram feitas pelos agregados com ofícios mecânicos,
segundo Samara, “os antigos ituanos, tanto homens quanto mulheres, vestiam-se
bem e não faziam economias com a indumentária, e por isso pode ser comprovado
pelo número de alfaiates e costureiras que faziam bons negócios”
Dessa maneira, Samara encontrava para a região de Itu no ano de 1773,
somente 2 costureiras e 5 alfaiates, destes 2 tinham agregados. Cinco anos
depois, estavam presentes 12 alfaiates e 16 costureiras. O número de ofícios
relacionados aos têxteis crescia de modo significativo na região. No ano de
1818, 73 costureiras foram encontradas, sendo que 15 tinham agregados. No
entanto, o número de agregados das costureiras era de 24 em 1809. [28]
Enfim, as atividades mecânicas caseiras relacionadas aos têxteis tinham
um papel importante, conforme pode-se perceber ao ler a bibliografia. Além
disso, Samara observou que no interior das famílias coloniais, os trabalhos dos
agregados, como mulheres solteiras, viúvas, ou homens aparentados com os chefes
das famílias eram significativas para a sobrevivência familiar, podendo
trabalhar com vários ofícios ao mesmo tempo, como Francisco de Paula, preto,
solteiro, aprendiz de alfaiate que comercializava em Santos “vinho, vinagre e azeite”[29].
Outro exemplo importante dos ofícios coloniais era a de costureira.
Samara nota a presença das agregadas “comuns nas casas de mulheres rendeiras,
fiandeiras, louceiras, costureiras e tecelãs, onde ajudavam nos serviços e
aprendiam um ofício. Assim, Anna Maria de Jesus (branca, solteira, 34 anos) e
suas três agregadas viviam de costuras. Também Maria Tereza do Monte (branca,
solteira, 40 anos) e suas quatro agregadas eram costureiras em Itu, no ano de
1822”.[30]
Próximo a linha do grupo de Cambridge, Michel Anderson ao abordar o tema
da Economia Doméstica, aponta para as práticas de partilha do patrimônio,
observando que particularmente, na Alemanha, alguns filhos possuíam privilégios
na herança em detrimento de outros. Desse modo, propôs uma análise das
diferenças estratégias de partilhas no tempo e no espaço. Além disso, notou que
a economia doméstica e o trabalho infantil e feminino eram predominantes na
Europa até o século XIX. [31]
No Brasil, continuando sua pesquisa sobre as Famílias na região paulista,
Eni de Mesquita Samara, analisando uma vasta fonte documental, como
testamentos, processos de divórcio, pedidos de anulação de casamentos, bem como
as listas nominativas estuda as organizações familiares.
Em As mulheres, o poder e a família,
publicado em 1989, a autora encontra nas estruturas dos domicílios, famílias nucleares,
mulheres sozinhas livres pobres que lutavam pela sobrevivência, pedindo
divórcio e liderando fogos.[32]
Na perspectiva dos trabalhos da Demografia e da Família, a historiadora
avançou na linhas de pesquisa sobre Família, comprovando que longe do modelo
patriarcal, os grupos familiares na região sul se comportava de maneira
distinta da Civilização Açucareira, descrita por Freyre. De acordo com Samara, “No lar, a divisão do poder e incumbências
entre o casal, os afazeres domésticos e o cuidar dos filhos eram parte da
rotina diária. O núcleo doméstico organizava-se também como unidade de produção
para consumir e vender, dividindo entre os seus membros as tarefas de cunho
econômico. Na falta de agregados e escravos, ocupavam-se delas as pessoas da
família, na lavoura, no tear, nas louças...”[33]
Além da produção doméstica, as famílias constituíam-se de maneira muito
variada, com mulheres viúvas, concubinas e ilegítimos. Esses pequenos núcleos
familiares, geralmente livres pobres, eram encontrados no momento de morte dos
testamenteiros, ao deixar parte da terça à prole fora do casamento.[34]
Nota-se, portanto, que a historiografia compreendeu a economia
indumentária a partir das atividades do domicílio, espaço esse em que a família
sobrevivia no cotidiano da esfera privada. Nesse sentido, é impossível tratar
das transformações dos têxteis sem refazer o caminho historiográfico da
História da Família e da Vida Doméstica.
Na década de 1990, é importante ressaltar o trabalho de Muriel Nazzari, O
desaparecimento do dote. Mulheres,
famílias e mudança social em São Paulo, Brasil, 1600-1900.[35]
Nessa obra, a autora destaca a importância do dote às filhas para o
desenvolvimento de novos núcleos familiares no século XVII. Desse modo, as
mulheres recebiam escravos indígenas, bem como enxovais, principalmente os
têxteis domésticos como a rede, lençóis e toalhas. Assim, os pais e avós
auxiliavam as filhas em detrimento dos homens nas divisões do patrimônio. Essa
prática, no entanto, diminuía com o tempo, devido às transformações no interior
da família, a qual vai sendo desvalorizada com o tempo na sociedade paulista.
As mudanças nas organizações familiares e os ciclos de vida foram
analisados durante a última década do século XX. Destaca-se, assim, o trabalho
organizado por Fernando Novais, Cotidiano
e vida privada na América Portuguesa. Nessa obra, os autores analisam as
condições do “viver em colônias”. A vida colonial, centrada em formas
provisórias de existência, produzia um cotidiano distinto do Velho Mundo.
No primeiro capítulo, Condições da
privacidade na colônia, Fernando Novais aponta para as imbricações entre o
público e o privado, entre a vida material originária da civilização européia e
aquela constituída no universo colonial. Para esse autor a população colonial
possuía um caráter basicamente de dispersão e mobilidade social, sendo que a
“colônia é vista como prolongamento, alargamento da metrópole (a mãe-pátria),
mas é, ao mesmo tempo, a sua negação. Assim, a população da colônia na
perspectiva metropolitana é equivalente à da metrópole, porém a metrópole é uma
região onde as pessoas saem (região de emigração) e a colônia é uma região para
onde as pessoas vão (de imigração)”[36]
No entanto, de maneira distinta da
costa colonial, mantinha-se em um cotidiano distinto. Assim, a região de
fronteira era marcada pelo “sentimento de isolamento e sobretudo de solidão que
devia atravessar a vida no dia-a-dia nos confins do Novo Mundo”.[37]
Nesse sentido, por meio das
clivagens sociais entre escravos e senhores, existiam inúmeras camadas sociais
intermediárias, as quais sobreviviam em diferentes moradias e tipos familiares.
A estrutura econômica basicamente centrada nas relações entre a Colônia e
Metrópole pode ser compreendida dentro do quadro da mercantilização dos
tecidos.
Em outro capítulo da obra, Formas
provisórias de existência: a vida cotidiana nos caminhos, nas fronteiras e nas
fortificações, Laura de Mello e Souza concentra-se nos movimentos populacionais
e na vastidão do mundo solitário e provisório do cotidiano colonial, segundo a
autora,(...) Foi nesse espaços
novos e nesse mundo distinto que homens cada vez mais familiarizados com
hábitos de privacidade improvisaram, à sua moda, novas formas de vivê-los –
inclusive para poderem suportar melhor o imprevisto de situações inéditas e
neutralizar a angústia ante seus desdobramentos. Vivências que, no limite,
imobilizavam a intimidade, ou levaram ao isolamento tal que a vida ficava
ameaçada. No território vasto e ralamente povoado que aos poucos foi se
constituindo em Brasil, o isolamento, a precariedade das formas cotidianas de
existência e a força duradoura dos padrões opostos a intimidade estenderam-se
por séculos, vigorando até pouco tempo. (...)[38]
Todavia, análise do viver colonial e das formas provisórias de
existência, levam a outros temas como o mundo do domicílio e das famílias, bem
como as atividades de trabalho na produção dos têxteis e tecidos. Desse modo,
uma questão se apresenta: como eram os modos de vestir no cotidiano das
populações coloniais? Outra pergunta se faz, haveria de fato esse isolamento do
Velho Mundo nas zonas de fronteiras?
Em Família e vida doméstica, Leila Mezan Algranti trata do cotidiano
dos hábitos domésticos, principalmente no que se refere à moradia e as práticas
alimentares. Desse modo, as famílias eram constituídas de grupos provisórios,
sendo que “ora era o pai que se ausentava a serviço da Coroa ou em virtude de
suas atividades, ora era a filha que se casava fora do local de seu domicílio,
ou o filho que partia em uma expedição ao sertão. Isso sem contar esposas e
maridos que abandonavam a família para viver com outros companheiros, além, é
claro, das repetidas interrupções dos laços familiares causadas por morte
prematuras”[39]
Assim, nesse quadro de instabilidade
cotidiana, “a solidariedade, os sentimentos e a intimidade também encontraram
formas distintas de expressão em virtude das experiências vividas, muitas vezes
penosas devido ao desconhecido”[40]
Portanto, era no espaço doméstico que as senhoras teciam com suas mucamas, bem
como gerenciavam as atividades de cozinhar, plantar, colher e vender quitutes
ou tecidos caseiros.[41]
Algranti apontou também para a precariedade da vida quanto aos utensílios
domésticos, destacando as redes de dormir, ‘à moda da América do Sul’ e as
raras camas, as quais só seriam comuns no Dezoito. Essas redes, tecidas
geralmente por mão-de-obra indígena também tinham a função de cadeiras. Além
disso, cadeiras de estofados antigos, baús e canastras faziam parte desse
consumo cotidiano e dos modos de morar das populações coloniais. Nesse sentido,
as condições do domicílio refletiam a ambigüidade da “realidade colonial”, pois
“o isolamento dos colonos tanto podia incentivar a intimidade como bloqueá-la”.[42]
Ainda nos fins da década de 90, Maria Beatriz Nizza da Silva, em História da Família no Brasil Colonial,
refere-se às famílias nos dois primeiros séculos de Colonização, destacando o
processo de miscigenação, os patrimônios paulistas do Quinhentos, as constituições
dos Engenhos e dos Morgados, bem como a presença marcante das mulheres nas
vilas e as saídas dos homens ao sertão. No que se refere à economia
indumentária e aos têxteis, a autora afirma que (...) A roupa, de vestir ou de casa, funcionava mais como
símbolo de prestígio social, por exemplo, o manto para as mulheres irem à
Igreja. As armas eram escassas, assim como as montarias, confirmando-se que os
colonos contavam fundamentalmente com as flechas dos índios domesticados para o
combate com os índios bravos e com os dorsos indígenas para o transporte de
cargas (...). [43]
Silva também nota a presença de oficiais mecânicos e dos administradores
da vila de São Paulo, aonde possuía uma população de aproximadamente 100 em
1584 e dois anos depois já contava com 150. No entanto, os homens circulavam no
sertão, na constituição do povoamento interior, deixando as mulheres e filhos
no interior da vila.[44]
Assim, tratando da participação das famílias e mulheres, no processo de
povoamento, Eni de Mesquita Samara destacou a constituição do poder patriarcal
e das diferentes constituições familiares. Era, assim, no espaço doméstico,
controlado muitas vezes pelos senhores, que as mulheres viúvas, ou com maridos
ausentes, conseguiam gerenciar seus bens e comandar os negros da terra. A
autora também observou a permanência dos valores ibéricos na constituição de
famílias e do modo de vida ostensivo, com relação às indumentárias no cotidiano
do povoamento.[45]
Nesse sentido, a economia têxtil era constituída por meio do trabalho no
interior das casas e sítios coloniais. Não obstante, o consumo indumentário
extrapolava o espaço doméstico e atingia as dicotomias do público e do privado.
Em outras palavras, as roupas e ornamentos coloniais mais ricos deveriam vestir
a elite, a qual estaria sendo vista por todos no universo externo ao domicílio.
Enfim, a produção - dos tecidos, vestes e acessórios - e o consumo eram
imbricados. Ou seja, não havia uma distinção nítida entre a produção,
circulação e o consumo indumentário. Havia, portanto, uma economia indumentária
muito importante para os patrimônios familiares coloniais, os quais contavam
com a participação ativa das mulheres das mais variadas gamas sociais.
3. Os debates e as possibilidades de
pesquisa (2000-2007)
No início do século XXI, as pesquisas mais pontuais sobre a História da
Família continuam. No entanto, há necessidade de retomar a antigos temas, como
o das elites coloniais e as suas maneiras de viver e pensar, bem como a
aprofundar as temáticas relacionadas a temas bastante tratados pelos
historiadores como a Família Escrava. Ainda são raros os trabalhos sobre as
populações indígenas, bem como pesquisas que tratem da relação entre Família e
contextos mais amplos como a cultura material.
Desse modo, a historiografia sobre a Família no Brasil pode também
aprofundar-se em temas importantes como as partilhas e as disputas por herança,
assim como com os conflitos familiares.
Entretanto, no que se refere às fontes de pesquisa, destacam-se a
documentação mais “tradicional”, de cunho notarial, como testamentos e
inventários pós-mortem, e, os artefatos da cultura material, como fotografias
familiares, têxteis, tecidos e vestuário. Desse modo, materiais de costuras e
bordados podem ser analisados para esclarecer a compreensão da História da Família,
no que se refere aos trabalhos da vida doméstica e o cotidiano. Além disso,
deve-se contextualizar a formação das estruturas domésticas por meio da conexão
dos temas com as esferas econômicas, culturais e políticas. Enfim, existe a
necessidade de compreender as transformações familiares relaciondo-as com a
economia algodoeira e de forma mais geral, a economia e cultura indumentária.
[1]
Alcântara Machado participava ativamente da política da República Velha
paulistana, valorizando, assim, o ideal paulista republicano e oligárquico.
Alcântara Machado. Vida e morte do bandeirante. São Paulo: Imprensa Oficial de
São Paulo, 2006. [Introdução de Sérgio Milliet]
[2]
Idem, p.18.
[3]
Idem, p. 19.
[4]
Idem, p. 20.
[5]
Idem, p. 22.
[6] Alcântara Machado. Vida
e morte do bandeirante. São Paulo: Martins, 1965, “O Mobiliário”, pp.
65-74.
[7]
Ibidem, p. 67.
[8]
Ibidem, p. 151.
[9]
Ibidem, p. 94.
[10]
Ibidem, p. 77.
[11]
Ibidem, pp. 240-241.
[12]
Ibidem, p. 88.
[13]
Ibidem, p. 89.
[14]
Ibidem, pp. 89-90.
[15]
Ibidem, pp. 90-91.
[16]
Ibidem, p. 94.
[17]
Ibidem, p. 121.
[18]
Ibidem, pp. 223-224.
[19]
Luiz de Aguiar da Costa Pinto. Lutas de
famílias no Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, (1ª ed., 1942) 1980.
[20]
Gilberto Freyre.
[21]
Caio Prado Junior. Formação do Brasil
Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, (1ªed. 1942) 1999.
[22]
“Prefácio” de Fernando A. Novais. In: Sérgio Buarque de Holanda. Caminhos e fronteiras. São Paulo, (1ª
ed. 1956), 1994, p.8.
[23]
Sérgio Buarque de Holanda. Caminhos e
fronteiras. São Paulo, (1ª ed. 1956), 1994, pp.209-260.
[24]
Phipippe Áries. História social da
criança e da família. Rio de Janeiro, 1981. [L’Enfant et la vie familiale
sous l’ Ancien Regime, 1ª ed. 1960, 3ª ed.1975, trad. Dora Flaksman].
[25]
Fernand Braudel. Civilização Material, economia e capitalismo. As estruturas
do cotidiano: o possível e o impossível. São Paulo: Martins Fontes, vol. 1,
1997.
[26]
Sobre o debate a respeito de família, domicílio e trabalho ver: Peter Laslett.
Família e domicílio como grupo de trabalho e parentesco, comparações entre
áreas da Europa Ocidental. In: MARCÍLIO, Maria Luiza (org.). População e sociedade. Petrópolis;
Vozes, 1984, pp. 142.
[27] Idem,
p. 149.
[28]
Eni de Mesquita Samara. Lavoura
canavieira, trabalho livre e cotidiano. Itu, 1780-1830. São Paulo: Edusp,
1ª ed. 1975, 2005, p.157.
[29]
Idem, p. 158.
[30]
Idem, p. 164.
[31] Michel
Anderson. Elementos para a história da
Família Ocidental. Lisboa: Editorial Querco, 1984, pp. 65-86.
[32]
Eni de Mesquita Samara. As mulheres, o
poder e a família. São Paulo: Marco Zero, 1989.
[33]
Idem, p.172.
[34]
Idem, pp.173-174.
[35]
Muriel Nazzari. O desaparecimento do
dote. Mulheres, famílias e mudança social em São Paulo, Brasil, 1600-1900.
São Paulo: Companhia das Letras, 2001. [Women,
family and social changes in São Paulo, Brazil, 1600-1900, 1991].
[36]
Fernando A. Novais. Condições de privacidade na colônia. In: Fernando A. Novais
(dir.) História da vida privada no Brasil. Cotidiano
e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, p.
21.
[37]
Idem, p.25.
[38]
Laura de Mello e Souza. Formas provisórias de existência: a vida cotidiana nos
caminhos, nas fronteiras e fortificações. In: Fernando A. Novais (dir.) História da vida privada no Brasil. Cotidiano e vida privada na América
portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, pp.44-45.
[39]
Leila Mezan Algranti. Família e vida doméstica. In: Fernando A. Novais (dir.) História da vida privada no Brasil. Cotidiano e vida privada na América
portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, p.86.
[40] Idem,
p. 89.
[41] Idem,
p.97.
[42] Idem,
p. 112.
[43] Beatriz
Nizza da Silva. Família no Brasil
Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998, p. 26.
[44] Idem,
pp. 36-50.
[45] Eni de
Mesquita Samara. Família, mulheres e
povoamento. São Paulo, século XVII. Bauru, SP: Edusc, 2003.
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