quinta-feira, 3 de maio de 2012

FAMÍLIA, VIDA DOMÉSTICA E TÊXTEIS: UM BALANÇO HISTORIOGRÁFICO. Igor de Lima



Introdução
Esse artigo tem como objetivo tratar das observações da historiografia com relação aos têxteis e à Família. Destaca-se, nesse tema, as conexões com algumas regiões como São Paulo Colonial, bem como as produções algodoeiras no interior da América Portuguesa, durante os séculos XVI ao XVIII.
Para o avançar do tema, dividiu-se o textos em três momentos. No primeiro, destaca-se as concepções de família e a sua relação com os têxteis e a vida material, como Alcântara Machado e Gilberto Freyre. A historiografia da segunda metade do século XX, faz parte do balanço. Por fim, são abordados os trabalhos atuais e as possibilidades de pesquisas e análises.
Além disso, é preciso notar que para analisar o passado colonial da região de São Paulo, é importante ressaltar a historiografia sobre o tema, enfocando quando necessário as observações dos autores sobre o tema dos têxteis, destacando as relações entre Família e Vida Doméstica. Parte-se, portanto, da perspectiva de Alcântara Machado até as abordagens historiográficas do início do século XXI, passando assim pelas visões de Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Junior e Fernando Antonio Novais e José Jobson de Andrade Arruda nas esferas da vida econômica.
No âmbito da História da Família, destacando-se os trabalhos de Gilberto Freyre e as leituras do patriarcalismo de Eni de Mesquita Samara, bem como os vários trabalhos sobre vida doméstica, ciclos de vida e famílias escravas e trabalho livre e cativo. Enfim, salienta-se ainda as conexões entre as temáticas da Família, com a Vida Doméstica e os Têxteis.
Assim, deve-se levar em conta as distintas famílias, relacionando à economia algodoeira, bem como as suas relações com o universo da produção, circulação e consumo das indumentárias. Nesse sentido, a idéia central do artigo é relacionar as transformações da Família em relação ao universo Têxtil, retomando a historiografia sobre o Brasil Colonial e até mesmo trabalhos mais sobre o período moderno.
1. Historiografia e a formação da Família (1929-1970)
Em 1929, Alcântara Machado (1875-941) publicava Vida e Morte do Bandeirante, obra em que analisava testamentos e inventários pós-mortem seiscentistas. Descrevendo o cotidiano e a vida material da população bandeirante, o autor inaugura uma linha de pesquisa importante sobre as transformações econômicas e sociais de São Paulo Colonial. Nesse sentido, procura abordar as mudanças por meio da leitura documental, conectando as mais variadas esferas da existência como família, escravidão indígena, mobiliário, o consumo das mulheres, dos homens e até mesmo da moda no sertão. Assim, o escritor escrevia uma história paulista, valorizando os hábitos dos antigos habitantes da região e traçando um primeiro perfil desses moradores.[1]
Na introdução à obra de Machado, Sergio Milliet notava que o historiador analisava em primeira instância, os “traços materiais da cultura paulista. Descrição deles e observações acercas das mudanças verificadas tanto valor como no emprego de instrumentos e objetos de uso comum”.[2] Além disso, as fortunas eram dadas por intermédio dos artefatos materiais, os quais são compreendidos como uma “anomalia de custar uma saia do reino de Londres 5$000 réis, importância pela qual são também tombadas das casas de Grácia Rodriques, mulher de Pero Leme”. Desse modo, o valor excedente da vida material têxtil era freqüente na vila. Segundo Milliet, “As cortinas de Baltazar da Silveira valem metade do preço do palacete de fazenda, e o vestido de veludo de Isabel Ribeiro custa, em 1660, o dobro do seu sítio com todas benfeitorias”.[3]
            Assim, a “organização patriarcal da família” estava na origem social dos moradores de Piratininga, segundo a leitura de Milliet da obra de Alcântara Machado. Na vida doméstica e familiar, as mulheres tinham uma importância fundamental na vila, pois ficavam em “número excessivo”, devido à saída dos homens ao sertão.[4]
Desse modo, a vida sertaneja em Piratininga era marcada pelo consumo indumentário rústico, marcado pelos traços da natureza do espaço e das duras condições de existência. Mas com importações de vários tecidos e modos de vestir do Velho Mundo, como “pano da Inglaterra”.[5]
Enfim, Milliet também valoriza a moderna escrita de Machado, com a linguagem sem arcaísmos e “pedantismo sintático”. Nesse sentido, Vida e morte do bandeirante tornava-se, em seu tempo um marco na produção historiográfica. Todavia, os historiadores posteriores continuaram a utilizá-la, sendo uma das obras mais importantes para a compreensão e do debate sobre a família, vida material (modos de morar, viver e vestir), destacando-se, assim, o comércio do algodão e a origem da cultura material paulista.
Debatendo com Olivera Viana, Alcantara Machado expõe as difíceis condições de existência dos bandeirantes paulistas que viviam na pobreza, distantes do centro Metropolitano. Com uma abordagem descritiva dessas fontes, compõe um quadro do cotidiano dos bandeirantes, homens valentes que saiam ao sertão. A interiorização e o isolamento fariam da população da vila de São Paulo, uma sociedade pobre, com baixos níveis de riqueza. Todavia, a falta de fortuna era relativizada com a presença de alguns artefatos materiais de relativo luxo do mobiliário, o qual tornava-se mais promissor a medida que se aproximava da mineração.[6]
Em um contexto de transformações lentas na vida material, as mulheres bandeirantes paulistas eram proprietárias de poucos e escassos bens e escravos. Dedicavam-se aos afazeres domésticos e às roças, cuidando dos próprios filhos e da prole ilegítima dos esposos. “Aproveitemos, porém, a ausência do chefe de família, partido para o sertão ao serviço de Sua Majestade, no descimento do gentio ou no descobrimento de metais e pedras preciosas; e, como a mulher e os filhos estão longe também, no sítio da roça, penetremos, abafando os passos, num desses casarões sorumbáticos da vila adormecida”, dizia o autor ao referir-se às famílias da “aristocracia da colônia”. [7]
Para Alcântara Machado, a família representava a “unidade social da sociedade paulista”, pois ela significava a solidificação dos indivíduos no espaço inóspito do planalto. Ademais, a “congregação familiar” tinha um caráter homogêneo e pacificador. “Organização defensiva, o agrupamento parental exige um chefe que a conduza e governe à feição romana, militarmente. Daí, a autoridade incontestável do pai de família sobre a mulher, a prole, os escravos e também os agregados ou familiares, proprietários livres, que acolhem ao calor da sua fortuna e à sombra do seu prestígio e que lembram a clientela do patriciado”.[8]
Em relação às mulheres das famílias “aristocráticas”, o autor ainda afirmou que elas não praticavam leituras, viviam na reclusa, pois somente "na igreja que a mulher tem ocasião de fazer-se e de mostrar-se bela". [9] O espaço feminino era reservado ao lar e à Igreja. Na clausura, ficavam rodeadas de índias, sendo essas últimas representadas como amantes dos esposos e mães dos bastardos mamelucos. Essas cunhãs eram responsáveis por amassar “o barro, misturado-lhe um pouco de cinza; elas que executavam os vasos de serventia doméstica, os camocins funerários, as iguaças imensas de cauim; elas que ornavam, com ingenuidade e graça, de linhas policrônicas ou esguias espirais de argila". Tais artesanatos caseiros indígenas eram comercializados entre a “arraia miúda” paulista.[10]
            Na obra machadiana, as vestimentas dos paulistas foram divididas conforme os gêneros, mas não se distinguiam conforme as diversas segmentações sociais existentes na São Paulo Colonial. O vestuário masculino era constituído por parcas roupas brancas de algodão grosseiro como as camisas e as ceroulas. Já o tecido de linho era ainda mais raro. Na maioria das vezes, as meias utilizadas pelos homens eram de fio de algodão da terra. Conforme aumentava o patrimônio dos estamentos dominantes e se desenvolvia o comércio, apareciam as meias de seda da Inglaterra e depois da Itália. Como adereço, usavam os mantéus – espécie de golas – de algodão, que foram sendo substituídos pelos cabeções de linho. Alguns dos senhores paulistas também levavam consigo armas de punho de prata, adagas e chapéus de feltro de algodão. Ademais, os sapatos eram de couro de porco e veado. Não obstante, a roupeta, o ferragoulo e o calção eram as vestimentas masculinas mais utilizadas no cotidiano da São Paulo Seiscentista.
            Para as descidas ao sertão, os bandeirantes deveriam estar bem equipados, com armas de fogo, pólvora e com “a armadura que o ambiente reclama, encontraram-na os paulistas. São as armas de algodão colchoadas. É o gibão de armas de algodão de vestir, adaptação da velha jaqueta medieval às condições do meio americano. É o escupil usado pelos espanhóis nas guerras contra o gentio do México, do Peru e do Chile. É uma carapaça de couro cru, recheio de algodão, forro de baeta . Tanto basta para proteger o corpo, à maneira das costas de malha, contra a penetração das setas inimigas”.[11]
Na vila, fazia-se importante o indivíduo que usasse vestimentas coloridas e extravagantes nos dias de festa e de missa, em que os homens se diferenciavam vestindo roupas de seda importada. A transformação da “moda” masculina ocorreu na vila após a década de 1650, quando era “o tempo de casacas de duquesa com gueta de seda, dos casacões de baeta verde, dos coletes, das cuecas. Os coletes são às vezes de chamalote; outras vezes de couro, com mangas de tafetá. Há quem prefira trazer por baixo da casaca uma véstia abotoada com botões de prata”.[12]
Diferentemente, as roupas femininas, das “senhoras de qualidade”, não sofreram grandes mudanças em relação ao feitio no decorrer dos seiscentos.[13] Conforme Machado, as vestimentas das mulheres da “aristocracia” paulista “compreende vasquinha, saia de roda exuberante, franzida na cintura; e, ajustado ao busto, o corpinho; e, por cima deste, o gibão, ou jibão; e sobre o jubão ou saio, casacão rabilongo de mangas perdidas, com abertura ao nível dos cotovelos, dando passagem e liberdade aos braços; e, cobrir tudo isso, como se tudo isso não bastasse, o manto. Com muito menos se supõem vestidas as damas da atualidade. E têm razão. Entre outros motivos, porque, parecendo obedecer à intimação das modas peregrinas, se inspiram de fato no figurino guaianás das filhas de Caiubi e Tibiriçá”[14]
Apesar de não haver variação dos feitios dos vestidos, os tecidos sofriam transformações marcantes. As senhoras Catarina de Siqueira, Maria Bicudo, Catarina de Góes e Izabel Ribeiro eram proprietárias dos vestidos mais caros de Piratininga, tendo a última o “cetro da elegância”, com o vestido de veludo com um manto de seda avaliado em quarenta mil réis.[15] Ainda no vestuário feminino, o autor separa a qualidade dos sapatos, entre aqueles de casa e o outro para a saída à Igreja. Dentre os acessórios das senhoras, destacava-se a cinta vermelha, os chapéus, as redes e toucas de prender os cabelos que variavam das mais simples feitas de algodão até as mais complexas de seda com alfinetes de prata.
No final do Seiscentos, com o enriquecimento da vila e a descoberta das minas, o luxo espalhava-se entre todos os estamentos. Em um decreto de 1696, as escravas eram proibidas de utilizar as vestimentas luxuosas adornadas com ouro e prata. Sendo assim, as vestes de luxo ficavam confinadas ao domínio das senhoras.
Faziam parte do espólio das “senhoras elegantes” as jóias as quais denotavam a sua condição social elevada. Brincos, gargantilhas de ouro e prata, pingentes, crucifixos, anéis, raras pulseiras e inúmeros rosários. Como exemplo, o autor apresentou as gargantilhas de d. Ana de Proença, mulher de Pedro Dias, que possuía duas de ouro esmaltado de verde, branco e azul, com vinte pedras verdes menores e outra maior.  Para essas mulheres eram reservados os rosários com cruzes de ouro ou de prata.[16]
Distantes da cultura erudita, sendo apenas letrada Madalena Hosquor e Leonor de Siqueira, a maioria das senhoras paulistas sabiam coser, bordar e realizar as tarefas domésticas. No entanto, possuíam um espaço de atuação e poder em meio às negociações com as autoridades jurídicas, como no caso de Inez Monteiro.[17] Essa senhora fora a principal protetora do filho Alberto Pires, que havia assassinado a esposa d. Leonor de Camargo Cabral.[18]
 Enfim, as famílias dos senhores paulistas consumiam uma rica e variada indumentária, desde produtos luxosos, exportados através da economia mercantil externa, até a produção caseira dos artefatos de algodão como os gibões, armaduras sertanistas para a expansão colonizadora.
Desse modo, o trabalho de Alcantara Machado inaugura a preocupação historiográfica com o cotidiano, vida material e família na região Meridional do Brasil. Contudo, outra obra que é importante destacar sobre a Família nos primeiros tempos coloniais é a obra de Luiz Aguiar da Costa Pinto, Lutas de Famílias no Brasil, publicada pela primeira vez em 1943, na Revista do Arquivo Municipal de São Paulo e revisto e reeditado pela segunda vez três anos depois. Nesse trabalho destacam-se as questões relativas aos conflitos familiares, bem como às idéias do caráter público e privado na história do Brasil como um todo. No entanto, o autor concentra-se nas disputas armadas entre duas linhagens familiares, os Pires e os Camargos. Assim, essas lutas de famílias alteraram as condições econômicas e sociais dos moradores da vila de São Paulo Colonial, modificando também as condições materiais da vida cotidiana, como a economia indumentária e os modos de vestir.[19]
Ainda é necessário salientar Casa Grande & Senzala de Gilberto Freyre, publicado pela primeira vez em 1933. Nessa obra, o autor caracterizava a Família patriarcal e o escravismo brasileiro, destacando a vida cotidiana dos grandes da sociedade colonial. Sob a perspectiva das camadas senhoriais, Freire descreve as condições da vida colonial sob o poder do patriarcalismo da Civilização Açucareira, aonde o consumo indumentário era marcado pelas vestes orientais ostensivas nos dias de festas e pelas roupas simples e rústicas, mesmos dos senhores e das senhoras de engenhos no cotidiano.[20]
Freyre trata a família como eixo temático e interpretativo para compreender a realidade colonial e construir um sistema, no qual o chefe familiar liderava as relações de poder econômico e político. Ou seja, era no entorno do senhor de engenho e da sua família que se constituía o núcleo fundador colonial. Dessa forma, a Família passava a ser a instituição mais importante da História Colonial Brasileira.
Sob a perspectiva do patriarcalismo, foram desenvolvidos os temas da lavoura canavieira, da escravidão, das relações de solidariedade, dos núcleos populacionais e administrativos, das tensões sociais, do cotidiano, como os modos de vestir. Assim,  todo o contexto social, político e econômico deveriam girar ao redor do governo familiar, senhorial e patriarcal.
Também refletindo sobre a formação histórica do Brasil, Caio Prado Junior em 1942, caracterizava o sentido da colonização, destacando os aspectos da produção monocultora e das relações com o mercado externo na economia colonial. Desse modo, a produção algodoeira, principalmente na região do Grão-Maranhão Pará, bem como em certos espaços como no sertão da Bahia e Minas Gerais, era destacada como exportadora. Assim, como a indústria açucareira e o cultivo do tabaco, esse produto também enriquecia a Metrópole. No entanto, Caio Prado destaca a relevância das atividades caseiras dos tecidos de algodão, que foram impedidos de se desenvolver devido às regras do domínio metropolitano.[21]
A produção caseira de indumentárias e o cotidiano marcado pela vida sertaneja foram destacados por Sérgio Buarque de Holanda, em Caminhos e Fronteiras, em 1956. Aprofundado a temática da vida material dos sertanejos e a presença do conhecimento indígena sobre as matas e os caminhos da América portuguesa, o autor compreende, de maneira inaugural, a expansão das fronteiras coloniais nos primeiros séculos da Colonização.
Dessa maneira, a historiografia marca a distinção do trabalho de Holanda no que se refere às condições provisórias do cotidiano colonial. A modernidade de São Paulo, estava presente desde os tempos coloniais. Assim, conforme Fernando Novais, na apresentação da obra, “É gratificante ver Sérgio Buarque de Holanda praticando um estudo de civilização material em estilo braudeliano avant la létre”[22]
Todavia, é necessário destacar o capítulo o Fio e a trama, no qual o autor preocupa-se com as atividades das senhoras e cunhas tecedeiras no cotidiano doméstico da vida colonial, nas zonas de fronteira, aonde existiam constantes movimentos populacionais.[23]
Assim, as conexões entre a vida doméstica e material, o cotidiano das populações européias e adventícias, estabelecidas na obra de Alcântara Machado, ganham uma nova dinâmica na perspectiva de Sérgio Buarque de Holanda, pois esse estabelece a movimentação e a fluidez das zonas de fronteiras coloniais. Além disso, as características da vida social em família são retomadas também de uma forma mais elástica, havendo assim maiores espaços para a atuação feminina na vida material.

2. Multiplicidades familiares: a recepção de Gilberto Freyre (1970-2000)
A historiografia tratou na década de 1970, a respeito das mudanças da vida material e do cotidiano. Nesse momento, com o florescimento dos trabalhos historiográficos sobre Família, Philipe Arrié, defendia a idéia de que o modo de vestir das crianças e dos jovens, na população em geral, não se diferenciava dos adultos durante o Antigo Regime. Todavia, os trajes infantis das camadas dominantes eram distintos. Como exemplo disso, o autor destaca que os meninos não diferenciavam-se das meninas, tendo que usarem os vestidos curtos com rendas e babados.[24]
Também marcante para o período denominado moderno,  é a obra de Fernand Braudel, As estruturas do cotidiano, primeiro volume de Civilização material, economia e capitalismo, publicado em 1973. Nesse trabalho, o autor trata das transformações cotidianas dos modos de morar, alimentar e vestir. Dessa maneira, a vida do dia-a-dia era marcada por maneiras de consumo ainda presentes em uma população do Antigo Regime. Ademais, é interessante destacar ainda que Braudel faz uso do trabalho de Gilberto Freyre, Casa Grande & Senzala quando analisa o cotidiano das famílias patriarcais na América portuguesa. Nota-se, portanto, a influência das idéias do patriarcalismo na historiografia internacional.[25]
No Brasil, a família patriarcal atinge um estatuto significativo nas estruturas sociais e econômicas para a historiografia do século XX. Contudo, na linha de pesquisa da História da Família, vários outros estudos passaram a tratar dessa temática a partir da década de 1970, com a renovação historiográfica a partir dos programas e cursos de pós-graduação. Todavia, esses trabalhos aprofundam os problemas relacionados à organização familiar, parentesco, poder patriarcal, compadrio, clientelismo, ciclos de vida bem como domicílio, trabalho familiar e a produção caseira.
Ainda no início dessa década, os estudos de Família do Grupo de Cambridge, liderados por Peter Laslett, realizaram vários trabalhos sobre o tema, analisando os Censos Populacionais e reconstituindo as estruturas familiares e demográficos. Mas o autor também contextualiza a Família e a organização dos domicílios no contexto econômico. Segundo o mesmo, na cidade de Coventy, Inglaterra, havia uma grande manufatura de lã nos anos de 1520, sendo dois terços dos grupos domésticos chefiados por “jornaleiros, lavradores e viúvas pobres”, chamados de “aut-servants”, sendo que essas viúvas trabalhavam geralmente como portadoras de serviço e artesãs. Desse modo, a chefia de domicílio de viúvas pobres era comum por toda a Inglaterra do século XVII.[26]
O historiador também apresentou dados importantes sobre a economia doméstica inglesa e o universo do trabalho. Em 1563, surgia o Estatuto dos Artífices Ingleses, o qual regulamentava a mão-de-obra assalariada em formação. Segundo Laslett, “Na Inglaterra pré-industrial, o aparecimento de uma unidade de trabalho em domicílios de assalariados e especialmente de operários pode derivar de atividades múltiplas, descoordenadas e esporádicas como jardinagem, tecelagem , tricotagem, empalhação, manufaturas de vassouras e uma série de enorme outros artesanatos feitos em casas e que mostram as contribuições feitas para a renda familiar, por mulheres, crianças ocasionalmente, por parentes e por vezes pelos membros idosos da família. Uma função muito importante dessa renda era a de manter a sobrevivência do domicílio, quando seu chefe assalariado estivesse desempregado. Mas devemos ter cautela e supor que o trabalho feito para esse fundo de reserva tornava o domicílio um grupo de trabalho organizado, no sentido que descrevemos”. [27]
Nessa perspectiva, estudando os agregados e a importância da mão-de-obra livre nas famílias de Itu Colonial, Eni de Mesquita Samara, em Os agregados em Itu, mestrado publicado pela primeira vez em 1977, analisando as listas nominativas para fins do período colonial, encontra uma série de atividades e ofícios de mulheres e homens agregados, como sapateiros, alfaiates, costureiras. As indumentárias dos povoadores de Itu também eram feitas pelos agregados com ofícios mecânicos, segundo Samara, “os antigos ituanos, tanto homens quanto mulheres, vestiam-se bem e não faziam economias com a indumentária, e por isso pode ser comprovado pelo número de alfaiates e costureiras que faziam bons negócios”
Dessa maneira, Samara encontrava para a região de Itu no ano de 1773, somente 2 costureiras e 5 alfaiates, destes 2 tinham agregados. Cinco anos depois, estavam presentes 12 alfaiates e 16 costureiras. O número de ofícios relacionados aos têxteis crescia de modo significativo na região. No ano de 1818, 73 costureiras foram encontradas, sendo que 15 tinham agregados. No entanto, o número de agregados das costureiras era de 24 em 1809. [28]
Enfim, as atividades mecânicas caseiras relacionadas aos têxteis tinham um papel importante, conforme pode-se perceber ao ler a bibliografia. Além disso, Samara observou que no interior das famílias coloniais, os trabalhos dos agregados, como mulheres solteiras, viúvas, ou homens aparentados com os chefes das famílias eram significativas para a sobrevivência familiar, podendo trabalhar com vários ofícios ao mesmo tempo, como Francisco de Paula, preto, solteiro, aprendiz de alfaiate que comercializava em Santos “vinho, vinagre e azeite”[29].
Outro exemplo importante dos ofícios coloniais era a de costureira. Samara nota a presença das agregadas “comuns nas casas de mulheres rendeiras, fiandeiras, louceiras, costureiras e tecelãs, onde ajudavam nos serviços e aprendiam um ofício. Assim, Anna Maria de Jesus (branca, solteira, 34 anos) e suas três agregadas viviam de costuras. Também Maria Tereza do Monte (branca, solteira, 40 anos) e suas quatro agregadas eram costureiras em Itu, no ano de 1822”.[30]
Próximo a linha do grupo de Cambridge, Michel Anderson ao abordar o tema da Economia Doméstica, aponta para as práticas de partilha do patrimônio, observando que particularmente, na Alemanha, alguns filhos possuíam privilégios na herança em detrimento de outros. Desse modo, propôs uma análise das diferenças estratégias de partilhas no tempo e no espaço. Além disso, notou que a economia doméstica e o trabalho infantil e feminino eram predominantes na Europa até o século XIX. [31]
No Brasil, continuando sua pesquisa sobre as Famílias na região paulista, Eni de Mesquita Samara, analisando uma vasta fonte documental, como testamentos, processos de divórcio, pedidos de anulação de casamentos, bem como as listas nominativas estuda as organizações familiares.
Em As mulheres, o poder e a família, publicado em 1989, a autora encontra nas estruturas dos domicílios, famílias nucleares, mulheres sozinhas livres pobres que lutavam pela sobrevivência, pedindo divórcio e liderando fogos.[32]
Na perspectiva dos trabalhos da Demografia e da Família, a historiadora avançou na linhas de pesquisa sobre Família, comprovando que longe do modelo patriarcal, os grupos familiares na região sul se comportava de maneira distinta da Civilização Açucareira, descrita por Freyre. De acordo com Samara, “No lar, a divisão do poder e incumbências entre o casal, os afazeres domésticos e o cuidar dos filhos eram parte da rotina diária. O núcleo doméstico organizava-se também como unidade de produção para consumir e vender, dividindo entre os seus membros as tarefas de cunho econômico. Na falta de agregados e escravos, ocupavam-se delas as pessoas da família, na lavoura, no tear, nas louças...”[33]
Além da produção doméstica, as famílias constituíam-se de maneira muito variada, com mulheres viúvas, concubinas e ilegítimos. Esses pequenos núcleos familiares, geralmente livres pobres, eram encontrados no momento de morte dos testamenteiros, ao deixar parte da terça à prole fora do casamento.[34]
Nota-se, portanto, que a historiografia compreendeu a economia indumentária a partir das atividades do domicílio, espaço esse em que a família sobrevivia no cotidiano da esfera privada. Nesse sentido, é impossível tratar das transformações dos têxteis sem refazer o caminho historiográfico da História da Família e da Vida Doméstica.
Na década de 1990, é importante ressaltar o trabalho de Muriel Nazzari, O desaparecimento do dote. Mulheres, famílias e mudança social em São Paulo, Brasil, 1600-1900.[35] Nessa obra, a autora destaca a importância do dote às filhas para o desenvolvimento de novos núcleos familiares no século XVII. Desse modo, as mulheres recebiam escravos indígenas, bem como enxovais, principalmente os têxteis domésticos como a rede, lençóis e toalhas. Assim, os pais e avós auxiliavam as filhas em detrimento dos homens nas divisões do patrimônio. Essa prática, no entanto, diminuía com o tempo, devido às transformações no interior da família, a qual vai sendo desvalorizada com o tempo na sociedade paulista.
As mudanças nas organizações familiares e os ciclos de vida foram analisados durante a última década do século XX. Destaca-se, assim, o trabalho organizado por Fernando Novais, Cotidiano e vida privada na América Portuguesa. Nessa obra, os autores analisam as condições do “viver em colônias”. A vida colonial, centrada em formas provisórias de existência, produzia um cotidiano distinto do Velho Mundo.
No primeiro capítulo, Condições da privacidade na colônia, Fernando Novais aponta para as imbricações entre o público e o privado, entre a vida material originária da civilização européia e aquela constituída no universo colonial. Para esse autor a população colonial possuía um caráter basicamente de dispersão e mobilidade social, sendo que a “colônia é vista como prolongamento, alargamento da metrópole (a mãe-pátria), mas é, ao mesmo tempo, a sua negação. Assim, a população da colônia na perspectiva metropolitana é equivalente à da metrópole, porém a metrópole é uma região onde as pessoas saem (região de emigração) e a colônia é uma região para onde as pessoas vão (de imigração)”[36]
            No entanto, de maneira distinta da costa colonial, mantinha-se em um cotidiano distinto. Assim, a região de fronteira era marcada pelo “sentimento de isolamento e sobretudo de solidão que devia atravessar a vida no dia-a-dia nos confins do Novo Mundo”.[37]
            Nesse sentido, por meio das clivagens sociais entre escravos e senhores, existiam inúmeras camadas sociais intermediárias, as quais sobreviviam em diferentes moradias e tipos familiares. A estrutura econômica basicamente centrada nas relações entre a Colônia e Metrópole pode ser compreendida dentro do quadro da mercantilização dos tecidos.
            Em outro capítulo da obra, Formas provisórias de existência: a vida cotidiana nos caminhos, nas fronteiras e nas fortificações, Laura de Mello e Souza concentra-se nos movimentos populacionais e na vastidão do mundo solitário e provisório do cotidiano colonial, segundo a autora,(...) Foi nesse espaços novos e nesse mundo distinto que homens cada vez mais familiarizados com hábitos de privacidade improvisaram, à sua moda, novas formas de vivê-los – inclusive para poderem suportar melhor o imprevisto de situações inéditas e neutralizar a angústia ante seus desdobramentos. Vivências que, no limite, imobilizavam a intimidade, ou levaram ao isolamento tal que a vida ficava ameaçada. No território vasto e ralamente povoado que aos poucos foi se constituindo em Brasil, o isolamento, a precariedade das formas cotidianas de existência e a força duradoura dos padrões opostos a intimidade estenderam-se por séculos, vigorando até pouco tempo. (...)[38]
Todavia, análise do viver colonial e das formas provisórias de existência, levam a outros temas como o mundo do domicílio e das famílias, bem como as atividades de trabalho na produção dos têxteis e tecidos. Desse modo, uma questão se apresenta: como eram os modos de vestir no cotidiano das populações coloniais? Outra pergunta se faz, haveria de fato esse isolamento do Velho Mundo nas zonas de fronteiras?
            Em Família e vida doméstica, Leila Mezan Algranti trata do cotidiano dos hábitos domésticos, principalmente no que se refere à moradia e as práticas alimentares. Desse modo, as famílias eram constituídas de grupos provisórios, sendo que “ora era o pai que se ausentava a serviço da Coroa ou em virtude de suas atividades, ora era a filha que se casava fora do local de seu domicílio, ou o filho que partia em uma expedição ao sertão. Isso sem contar esposas e maridos que abandonavam a família para viver com outros companheiros, além, é claro, das repetidas interrupções dos laços familiares causadas por morte prematuras”[39]
            Assim, nesse quadro de instabilidade cotidiana, “a solidariedade, os sentimentos e a intimidade também encontraram formas distintas de expressão em virtude das experiências vividas, muitas vezes penosas devido ao desconhecido”[40] Portanto, era no espaço doméstico que as senhoras teciam com suas mucamas, bem como gerenciavam as atividades de cozinhar, plantar, colher e vender quitutes ou tecidos caseiros.[41]
Algranti apontou também para a precariedade da vida quanto aos utensílios domésticos, destacando as redes de dormir, ‘à moda da América do Sul’ e as raras camas, as quais só seriam comuns no Dezoito. Essas redes, tecidas geralmente por mão-de-obra indígena também tinham a função de cadeiras. Além disso, cadeiras de estofados antigos, baús e canastras faziam parte desse consumo cotidiano e dos modos de morar das populações coloniais. Nesse sentido, as condições do domicílio refletiam a ambigüidade da “realidade colonial”, pois “o isolamento dos colonos tanto podia incentivar a intimidade como bloqueá-la”.[42]
Ainda nos fins da década de 90, Maria Beatriz Nizza da Silva, em História da Família no Brasil Colonial, refere-se às famílias nos dois primeiros séculos de Colonização, destacando o processo de miscigenação, os patrimônios paulistas do Quinhentos, as constituições dos Engenhos e dos Morgados, bem como a presença marcante das mulheres nas vilas e as saídas dos homens ao sertão. No que se refere à economia indumentária e aos têxteis, a autora afirma que (...) A roupa, de vestir ou de casa, funcionava mais como símbolo de prestígio social, por exemplo, o manto para as mulheres irem à Igreja. As armas eram escassas, assim como as montarias, confirmando-se que os colonos contavam fundamentalmente com as flechas dos índios domesticados para o combate com os índios bravos e com os dorsos indígenas para o transporte de cargas (...). [43]
Silva também nota a presença de oficiais mecânicos e dos administradores da vila de São Paulo, aonde possuía uma população de aproximadamente 100 em 1584 e dois anos depois já contava com 150. No entanto, os homens circulavam no sertão, na constituição do povoamento interior, deixando as mulheres e filhos no interior da vila.[44]
Assim, tratando da participação das famílias e mulheres, no processo de povoamento, Eni de Mesquita Samara destacou a constituição do poder patriarcal e das diferentes constituições familiares. Era, assim, no espaço doméstico, controlado muitas vezes pelos senhores, que as mulheres viúvas, ou com maridos ausentes, conseguiam gerenciar seus bens e comandar os negros da terra. A autora também observou a permanência dos valores ibéricos na constituição de famílias e do modo de vida ostensivo, com relação às indumentárias no cotidiano do povoamento.[45]
Nesse sentido, a economia têxtil era constituída por meio do trabalho no interior das casas e sítios coloniais. Não obstante, o consumo indumentário extrapolava o espaço doméstico e atingia as dicotomias do público e do privado. Em outras palavras, as roupas e ornamentos coloniais mais ricos deveriam vestir a elite, a qual estaria sendo vista por todos no universo externo ao domicílio.
Enfim, a produção - dos tecidos, vestes e acessórios - e o consumo eram imbricados. Ou seja, não havia uma distinção nítida entre a produção, circulação e o consumo indumentário. Havia, portanto, uma economia indumentária muito importante para os patrimônios familiares coloniais, os quais contavam com a participação ativa das mulheres das mais variadas gamas sociais.

3. Os debates e as possibilidades de pesquisa (2000-2007)
No início do século XXI, as pesquisas mais pontuais sobre a História da Família continuam. No entanto, há necessidade de retomar a antigos temas, como o das elites coloniais e as suas maneiras de viver e pensar, bem como a aprofundar as temáticas relacionadas a temas bastante tratados pelos historiadores como a Família Escrava. Ainda são raros os trabalhos sobre as populações indígenas, bem como pesquisas que tratem da relação entre Família e contextos mais amplos como a cultura material.
Desse modo, a historiografia sobre a Família no Brasil pode também aprofundar-se em temas importantes como as partilhas e as disputas por herança, assim como com os conflitos familiares.
Entretanto, no que se refere às fontes de pesquisa, destacam-se a documentação mais “tradicional”, de cunho notarial, como testamentos e inventários pós-mortem, e, os artefatos da cultura material, como fotografias familiares, têxteis, tecidos e vestuário. Desse modo, materiais de costuras e bordados podem ser analisados para esclarecer a compreensão da História da Família, no que se refere aos trabalhos da vida doméstica e o cotidiano. Além disso, deve-se contextualizar a formação das estruturas domésticas por meio da conexão dos temas com as esferas econômicas, culturais e políticas. Enfim, existe a necessidade de compreender as transformações familiares relaciondo-as com a economia algodoeira e de forma mais geral, a economia e cultura indumentária.


[1] Alcântara Machado participava ativamente da política da República Velha paulistana, valorizando, assim, o ideal paulista republicano e oligárquico. Alcântara Machado. Vida e morte do bandeirante. São Paulo: Imprensa Oficial de São Paulo, 2006. [Introdução de Sérgio Milliet]
[2] Idem, p.18.
[3] Idem, p. 19.
[4] Idem, p. 20.
[5] Idem, p. 22.
[6] Alcântara Machado. Vida e morte do bandeirante. São Paulo: Martins, 1965, “O Mobiliário”, pp. 65-74.
[7] Ibidem, p. 67.
[8] Ibidem, p. 151.
[9] Ibidem, p. 94.
[10] Ibidem, p. 77.
[11] Ibidem, pp. 240-241.
[12] Ibidem, p. 88.
[13] Ibidem, p. 89.
[14] Ibidem, pp. 89-90.
[15] Ibidem, pp. 90-91.
[16] Ibidem, p. 94.
[17] Ibidem, p. 121.
[18] Ibidem, pp. 223-224.
[19] Luiz de Aguiar da Costa Pinto. Lutas de famílias no Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, (1ª ed., 1942) 1980.
[20] Gilberto Freyre.
[21] Caio Prado Junior. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, (1ªed. 1942) 1999.
[22] “Prefácio” de Fernando A. Novais. In: Sérgio Buarque de Holanda. Caminhos e fronteiras. São Paulo, (1ª ed. 1956), 1994, p.8.
[23] Sérgio Buarque de Holanda. Caminhos e fronteiras. São Paulo, (1ª ed. 1956), 1994, pp.209-260.
[24] Phipippe Áries. História social da criança e da família. Rio de Janeiro, 1981. [L’Enfant et la vie familiale sous l’ Ancien Regime, 1ª ed. 1960, 3ª ed.1975, trad. Dora Flaksman].
[25] Fernand Braudel. Civilização Material, economia e capitalismo. As estruturas do cotidiano: o possível e o impossível. São Paulo: Martins Fontes, vol. 1, 1997.
[26] Sobre o debate a respeito de família, domicílio e trabalho ver: Peter Laslett. Família e domicílio como grupo de trabalho e parentesco, comparações entre áreas da Europa Ocidental. In: MARCÍLIO, Maria Luiza (org.). População e sociedade. Petrópolis; Vozes, 1984, pp. 142.
[27] Idem, p. 149.
[28] Eni de Mesquita Samara. Lavoura canavieira, trabalho livre e cotidiano. Itu, 1780-1830. São Paulo: Edusp, 1ª ed. 1975, 2005, p.157.
[29] Idem, p. 158.
[30] Idem, p. 164.
[31] Michel Anderson. Elementos para a história da Família Ocidental. Lisboa: Editorial Querco, 1984, pp. 65-86.
[32] Eni de Mesquita Samara. As mulheres, o poder e a família. São Paulo: Marco Zero, 1989.
[33] Idem, p.172.
[34] Idem, pp.173-174.
[35] Muriel Nazzari. O desaparecimento do dote. Mulheres, famílias e mudança social em São Paulo, Brasil, 1600-1900. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. [Women, family and social changes in São Paulo, Brazil, 1600-1900, 1991].
[36] Fernando A. Novais. Condições de privacidade na colônia. In: Fernando A. Novais (dir.) História da vida privada no Brasil. Cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, p. 21.
[37] Idem, p.25.
[38] Laura de Mello e Souza. Formas provisórias de existência: a vida cotidiana nos caminhos, nas fronteiras e fortificações. In: Fernando A. Novais (dir.) História da vida privada no Brasil. Cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, pp.44-45.
[39] Leila Mezan Algranti. Família e vida doméstica. In: Fernando A. Novais (dir.) História da vida privada no Brasil. Cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, p.86.
[40] Idem, p. 89.
[41] Idem, p.97.
[42] Idem, p. 112.
[43] Beatriz Nizza da Silva. Família no Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998, p. 26.
[44] Idem, pp. 36-50.
[45] Eni de Mesquita Samara. Família, mulheres e povoamento. São Paulo, século XVII. Bauru, SP: Edusc, 2003.

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