sábado, 20 de abril de 2013

Notas sobre a Reconquista na História da Espanha de Pierre Vilar. Igor de Lima


Pierre Vilar começou a escrever História de Espanha, obra escrita em um campo de prisioneiros em Barcelona (1940-45) e esta publicação ficou mais de trinta anos censurada pela ditadura franquista.
Um dos pontos mais significativos, embora não ausente de debate, é a permanência da Espanha Medieval e a dificuldade deste Estado Moderno em entrar em sintonia com o capitalismo nascente. Os valores medievais de extensão territorial guerreira por meio da fé, com a construção da política de Castela, o estabelecimento da inquisição e os ataques aos judeus e mouros, fizeram as virtudes e as vicissitudes deste Estado Monárquico que construiu um império colonial vastíssimo.
Sobre a Reconquista Ibérica, e a representação da rainha Isabel, a patrocinadora das expedições marítimas castelhanas, Villar afirma que esta “representa el orden monárquico contra las turbulencias nobiliarias, la moralidad contra las costumbres degeneradas, la raza reconquistadora contra los judíos y los moros. En 1474, cuando muere Enrique IV, Isabel representa aún algo más: anuncia la unidad española, ya que desde hace cinco años está casada con el heredero del trono de Aragón. Verdad es que en esa misma fecha el rey de Portugal pide la mano de doña Joana [princesa casada com o rei de Portugal que perdeu a disputa ibérica para a tia Isabel], la otra heredera. El momento es decisivo. ¿ En qué vertiente se realizará la etapa fundamental de la historia ibérica? ¿ El costado atlántico o en el mediterráneo? ¿ Por lo Oriente o por Occidente? El destino se perfila al cabo de una lucha de diez años (1469-1479): la España moderna unirá las tradiciones de Reconquista de Castilla a las ambiciones mediterráneas de Aragón. Y, en gran aventura colonial que va comenzar, Portugal creará un imperio aparte”. [Pierre Villar. História da España. Barcelona: Ed. Crítica, (1a. ed., 1978) 2013, p. 56]
Assim, os Reis Católicos representavam os interesses de várias camadas sociais, como a numerosa nobreza bélica, a burocracia (com a criação de conselhos, chancelarias e audiência) e o clero.Desse modo, com o estabelecimento de uma monarquia guerreira, chefiada pela união de Castela e Aragão, criava as bases para a conquista do Novo Mundo nos finais do século XV e início do XVI, dividindo com Portugal os domínios ultramarinos deste espaço.