Pierre
Vilar começou a escrever História de Espanha, obra escrita em um campo de
prisioneiros em Barcelona (1940-45) e esta publicação ficou mais de trinta anos
censurada pela ditadura franquista.
Um
dos pontos mais significativos, embora não ausente de debate, é a permanência
da Espanha Medieval e a dificuldade deste Estado Moderno em entrar em sintonia
com o capitalismo nascente. Os valores medievais de extensão territorial guerreira
por meio da fé, com a construção da política de Castela, o estabelecimento da
inquisição e os ataques aos judeus e mouros, fizeram as virtudes e as
vicissitudes deste Estado Monárquico que construiu um império colonial
vastíssimo.
Sobre
a Reconquista Ibérica, e a representação da rainha Isabel, a patrocinadora das expedições marítimas castelhanas, Villar afirma que esta “representa el orden
monárquico contra las turbulencias nobiliarias, la moralidad contra las
costumbres degeneradas, la raza reconquistadora contra los judíos y los moros.
En 1474, cuando muere Enrique IV, Isabel representa aún algo más: anuncia la
unidad española, ya que desde hace cinco años está casada con el heredero del
trono de Aragón. Verdad es que en esa misma fecha el rey de Portugal pide la
mano de doña Joana [princesa casada com o rei de Portugal que perdeu a disputa
ibérica para a tia Isabel], la otra heredera. El momento es decisivo. ¿ En qué
vertiente se realizará la etapa fundamental de la historia ibérica? ¿ El
costado atlántico o en el mediterráneo? ¿ Por lo Oriente o por Occidente? El
destino se perfila al cabo de una lucha de diez años (1469-1479): la España
moderna unirá las tradiciones de Reconquista de Castilla a las ambiciones
mediterráneas de Aragón. Y, en gran aventura colonial que va comenzar, Portugal
creará un imperio aparte”. [Pierre Villar. História da España. Barcelona: Ed. Crítica, (1a. ed., 1978) 2013, p. 56]
Assim, os Reis Católicos representavam os interesses de várias camadas
sociais, como a numerosa nobreza bélica, a burocracia (com a criação de
conselhos, chancelarias e audiência) e o clero.Desse modo, com o estabelecimento de uma
monarquia guerreira, chefiada pela união de Castela e Aragão, criava as bases
para a conquista do Novo Mundo nos finais do século XV e início do XVI,
dividindo com Portugal os domínios ultramarinos deste espaço.